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O dólar mostrava volatilidade frente ao real nesta quinta-feira, oscilando entre momentos de alta e de baixa, à medida que investidores digeriam dados de inflação e do mercado de trabalho dos Estados Unidos que enviaram sinais mistos sobre o estado da maior economia do mundo.

Às 10h13, o dólar à vista caía 0,21%, a 5,5756 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,15%, a 5,599 reais na venda.

Nesta sessão, os mercados globais voltavam as atenções para novos dados econômicos dos EUA, que forneceram alertas para os dois lados do mandato duplo do Federal Reserve, à medida que o banco central dos EUA continua seu ciclo de afrouxamento monetário.

O Departamento de Trabalho dos EUA informou que o núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 0,3% em setembro, ante um avanço igual no mês anterior. Economistas consultados pela Reuters projetavam uma desaceleração para alta de 0,2% na base mensal.

Em 12 meses, o núcleo do índice foi a 3,3%, de 3,2% em agosto, afastando-se da meta de 2% do Fed.

Do lado do mercado de trabalho, o departamento relatou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiu para 258.000 na semana encerrada em 5 de outubro, de 225.000 na semana anterior. Pesquisa da Reuters apontava que os pedidos subiriam para 230.000.

Os dados reforçaram preocupações sobre um esfriamento do mercado de trabalho dos EUA, o que motivou o Fed a reduzir os juros em 50 pontos-base no mês passado, mas também mostraram que ainda é preciso cautela com a trajetória dos preços, à medida que a batalha contra a inflação continua.

“Sinais mistos, (logo) mercado instável. Mercado de trabalho veio abaixo das previsões, mas inflação acima”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

“Já tivemos aqui duas alternâncias de sinal. Cedeu na abertura, virou pra cima seguindo os Treasuries após dados da inflação, e virou pra baixo agora de novo”, completou.

Operadores consolidavam apostas de que o Fed cortará novamente a taxa de juros no próximo mês, mas de forma gradual, com 93% de chance de uma redução de 25 pontos, acima dos 83% projetados antes dos dados.

Uma vez que agentes financeiros vinham reavaliando suas expectativas durante toda a semana, apostando cada vez mais em um corte de 25 pontos, o dólar mostrava pouca variação no exterior, com quedas tímidas ante pares fortes e emergentes.

A moeda norte-americana ainda rondava a estabilidade ante o peso chileno e o peso mexicano.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,07%, a 102,810.

Na quinta-feira, a ata da última reunião do Fed mostrou que uma “maioria substancial” das autoridades apoiou o início do afrouxamento monetário com um corte de 50 pontos, mas pareceu haver mais concordância de que o banco central não estaria comprometido com nenhum ritmo específico de cortes no futuro.

No cenário doméstico, a agenda macroeconômica esvaziada fazia o mercado nacional voltar suas atenções para o exterior, onde também se aguarda uma importante coletiva de imprensa do Ministério das Finanças da China no sábado, em que as autoridades detalharão medidas de estímulo fiscal para impulsionar a economia.

Fonte: Notícias Agrícolas