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O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, em linha com a força da moeda norte-americana no exterior, à medida que investidores continuam se posicionando para a eleição presidencial dos Estados Unidos e a reunião de política monetária do Federal Reserve, ambos na próxima semana.

Às 9h47, o dólar à vista subia 0,32%, a 5,7269 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,40%, a 5,735 reais na venda.

Nas últimas sessões, o dólar tem experimentado uma série de ganhos ante seus pares fortes e emergentes, o que vem tendo impacto em sua cotação no Brasil, onde tem se mantido próximo da marca de 5,70 reais há pelo menos dez dias.

Por trás desse movimento, estão a precificação dos próximos movimentos do banco central dos EUA, que deve realizar cortes graduais na taxa de juros em suas próximas reuniões, e as apostas na vitória do ex-presidente Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro.

Dados fortes da economia norte-americana têm apaziguado temores de enfraquecimento do mercado de trabalho, o que havia motivado o início do ciclo de afrouxamento monetário pelo Fed, com um corte de 50 pontos-base na taxa. Números de inflação também têm mostrado que a alta dos preços está na direção da meta de 2%.

Operadores veem 97% de chance de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base ao fim de sua reunião em 7 de novembro. A perspectiva de juros mais altos do que o projetado anteriormente tem elevado os rendimentos dos Treasuries, o que favorece a divisa norte-americana.

Também dando impulso ao dólar, a projeção de vitória de Trump na eleição dos EUA tem levantado a possibilidade de implementação de medidas vistas como inflacionárias, incluindo tarifas e cortes de impostos.

Mas diferentemente da semana anterior, que foi esvaziada na agenda macroeconômica externa, agentes financeiros receberão uma série de dados que podem influenciar a direção dos mercados nas próximas sessões.

Uma atenção especial estará no relatório de emprego de outubro nos EUA, a ser divulgado na sexta-feira, em que investidores buscarão avaliar o estado do mercado de trabalho e consolidar suas apostas sobre os próximos movimentos do Fed.

Estará no radar ainda o PIB dos EUA para o terceiro trimestre, na quarta-feira, e o índice PCE — indicador de inflação preferido do Fed –, na quinta-feira.

“Mercado já está precificando uma vitória de Trump. Se dados vierem fortes e Trump vencer a eleição de fato, vamos ter uma nova repreficicação dos ativos, porque seria um cenário perfeito para uma política monetária mais dura nos EUA”, disse Victor Furtado, head de alocação da WI Capital.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,35%, a 104,620.

Entre emergentes, a divisa dos EUA avançava ante o peso mexicano e o rand sul-africano.

No cenário doméstico, o mercado segue na espera de prometidas medidas de contenção de gastos pelo governo.

“Não temos muitos indicadores no Brasil para esta semana, então o mercado doméstico continua olhando para a questão fiscal, com uma expectativa muito grande por um novo pacote”, afirmou Furtado.

Na quarta-feira, o foco no Brasil estará na divulgação de dados do Caged para setembro, com a projeção de analistas consultados pela Reuters de que haja uma desaceleração na criação de vagas formais de trabalho para 227.600, de 232.513 em agosto.

Na curva de juros brasileira, as taxas de DI oscilavam pouco nesta sessão, refletindo a cautela do mercado enquanto aguarda as medidas do governo e a bateria de dados econômicos.

Fonte: Notícias Agrícolas