O dólar recuava frente ao real nesta terça-feira, em linha com a fraqueza no exterior, à medida que investidores analisavam os impactos do anúncio de medidas de estímulo econômico na China em países emergentes e a ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central.
Às 9h36, o dólar à vista caía 0,73%, a 5,4946 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,54%, a 5,514 reais na venda.
Nesta sessão, os mercados globais avaliavam o anúncio de uma série de medidas de estímulo econômico na China, uma vez que o país asiático tem sofrido com uma contínua crise imobilíaria e uma demanda interna fraca, o que tem dificultado a perseguição de sua meta de crescimento.
O presidente do Banco do Povo da China, Pan Gongsheng, disse que a instituição cortará a taxa de compulsório dos bancos em 50 pontos-base e a taxa de recompra reversa de sete dias em 0,2 ponto percentual, para 1,5%, a fim de injetar mais liquidez na economia e reduzir os custos de empréstimos.
Também foram anunciadas medidas voltadas para impulsionar a compra de ações e o setor imobiliário.
O anúncio provocou uma melhora na percepção global sobre o consumo na China, maior importador de matérias-primas do planeta, impulsionando ativos em diversos mercados, incluindo ações e moedas de países com relações comerciais profundas com o gigante asiático.
Países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil, eram impactados positivamente através do aumento dos preços de produtos importantes para suas economias, como o petróleo e o minério de ferro.
Assim, o dólar recuava ante o peso mexicano, o peso chileno e o rand sul-africano.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,18%, a 100,750.
No cenário nacional, também favorável ao real nesta manhã, agentes financeiros analisavam a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo, em que os membros da autarquia votaram de forma unânime por uma alta de 25 pontos-base na Selic, agora em 10,75% ao ano.
O documento mostrou que o Banco Central optou por não dar indicação futura sobre os próximos passos para os juros básicos no país diante de incertezas no cenário, mas insistiu em seu firme compromisso com a meta de inflação, também defendendo transparência da política fiscal do governo.
Na semana passada, o real se valorizou contra o dólar diante da perspectiva, e depois confirmação, do aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, à medida que o BC ruma para um ciclo de aperto monetário e o Federal Reserve começa a afrouxar sua taxa de juros.
“A ata trouxe a confirmação daquilo que o comunicado já havia dado os primeiros indícios: um tom duro, bravo e hawkish, indicando agressividade nos próximos movimentos do BC”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
“Devemos ter um dia de ‘rebound’ para os ativos domésticos”, completou. O dólar, que teve alta de 0,26% na véspera, vinha se fortalecendo frente ao real em meio à preocupação dos mercados com o compromisso fiscal do governo.
No momento, operadores colocam 91% de chance de um aumento de 50 pontos-base na Selic em novembro. Nos EUA, os mercados estão divididos quase igualmente entre uma redução de 25 ou 50 pontos na taxa de juros também no penúltimo mês do ano.
Fonte: Notícias Agrícolas
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