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O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, em linha com a recuperação da divisa norte-americana em outros mercados externos e em meio a movimento de ajuste doméstico após quedas recentes da moeda, enquanto investidores seguem aguardando um discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, em Jackson Hole na sexta-feira.

Às 9h35, o dólar à vista subia 0,76%, a 5,4543 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,89%, a 5,465 reais na venda.

Na segunda-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,99%, cotado a 5,4134 reais, no menor valor de fechamento desde 10 de julho, quando encerrou em 5,4132 reais.

Nesta manhã, o dólar recuperava algumas de suas perdas da véspera, quando a consolidação das apostas de um corte nos juros pelo Fed no próximo mês levou investidores a buscarem ativos de maior risco.

A sessão desta terça, por outro lado, era de maior cautela, com agentes financeiros aguardando o discurso do chair do Fed, Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole na sexta-feira, em busca de novos indícios sobre a trajetória dos juros nos EUA.

A dúvida paira sobre a possibilidade de o Fed entregar um corte de 25 pontos-base, atualmente com chance de 75% de acordo com a ferramenta FedWatch da CME, ou uma redução maior, de 50 pontos-base, precificada em 25% das apostas. Espera-se que Powell esclareça essa questão em seu discurso.

Circulava também entre investidores os sinais de uma piora na perspectiva econômica global com o crescente pessimismo em relação à China, segunda maior economia do mundo, com os mercados aguardando novos estímulos do governo para fortalecer o crescimento do país.

“Como estamos falando da segunda maior economia do mundo, há sempre um reflexo em cascata, notadamente aqui nesse caso estou me referindo ao que iremos enxergar de tração na economia chinesa”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

Com isso, o dólar subia frente ao peso mexicano e o rand sul-africano e ficava próximo da estabilidade ante o peso chileno e o peso colombiano.

Entre pares fortes, o euro era negociado a 1,108425 dólar, em queda de 0,02%.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,08%, a 101,790.

No Brasil, outro fator altista para o dólar estava na curva de juros brasileira, em que a taxa do DI para janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,78%, em queda sólida de 7 pontos-base.

A perspectiva de juros mais altos no Brasil ajudou a impulsionar a queda do dólar na sessão anterior, à medida que se projeta um aumento no diferencial de juros entre o país e o EUA.

Também era nítido um movimento de ajuste, após sessões de ganhos contínuos que o real tem tido contra o dólar, que fez a divisa norte-americana ceder 35 centavos de real nas últimas duas semanas.

“Há um movimento natural de realização e ajuste no preço dos ativos, após o rali dos últimos dias”, disse Bergallo.

Ainda no cenário doméstico, está no radar um evento do BTG Pactual, em São Paulo, com a presença do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que falarão ao público em momentos separados ao longo da manhã.

Na sexta-feira, o destaque será a divulgação de novos dados do IPCA-15, quando agentes financeiros avaliarão a trajetória da alta nos preços no Brasil.

Fonte: Notícias Agrícolas